Monthly Archives: Outubro 2014

MAIS VALE PREVENIR DE QUE REMEDIAR

Por vezes, ou quase sempre, as circunstâncias históricas preparam as sociedades para a assunção de mudanças fundamentais no futuro. E incumbem aos grandes decisores, a sapiência de atribuir as referidas mudanças, o natural sentido da vida, que é a evolução. É o caso, por exemplo, das conhecidas circunstâncias históricas, que determinaram a maior predominância, dos elementos da etnia balanta, nas nossas forças armadas. Há portanto uma necessidade de corrigirmos um facto, embora com raízes na nossa luta armada de libertação nacional, foi sendo instrumentalizado, e com mais intensidade, desde um dia depois do falecido Kumba Yalá, ter-se lembrado lançar uma suposta carreira política, que tem perturbado o normal funcionamento das nossas instituições estatais, com as consequências que já dispensam mais alusões.

INVESTIDURA DO CHEFE DE ESTADO MAIOR GENERAL

Depois de mais um período complicado no nosso percurso enquanto país e povo, entre outras precauções aceitáveis, para que seja desta vez, o nosso desejado arranque definitivo, rumo ao desenvolvimento sustentado, foi escolhido e nomeado para o problemático cargo de Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, o cidadão Biaguê Na Ntam, um antigo combatente durante a luta armada pela liberdade da pátria, militar de carreira, entretanto, sem as devidas competências técnicas exigíveis para as actuias funções, se quisermos concSderar todos os pormenores inerentes. E para melhor situar o leitor na ideia exposta no princípio do texto, vou salientar o facto de também ser ele de etnia balanta, como o seu ante-cessor. Com idade para logo se reformar, está sem dúvidas numa importante missão transitória, o que recomenda início de um rigoroso processo de selecção e preparação de potenciais militares, para a sua substituição, dentro de curto prazo. Não existe mecanismo melhor de que a utilização do mérito técnico e provado, para eliminar focos de conflitos nocivos entre os pretendentes, quando se trata de disputar altos cargos nas estruturas do poder. A consolidação das reformas no sector da defesa e segurança, implica alternância rotativa no cargo de Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas. E para que esse cobiçado cargo seja acessível a todos os elementos afectos aos três ramos das  nossas Forças Armadas, nomeadamente: Exército, Marinha e Força Aérea, deve-se começar a formar pessoas moralmente idóneas, desses três respectivos ramos, com bases académicas apropriadas, atribuindo-as condições e oportunidades semelhantes, através de recurso às parcerias estratégicas disponíveis, no domínio da cooperação internacional.

Quando o Presidente da República, que como se sabe, (até porque assim consta na nossa Constituição da República) é a figura no topo da hierarquia das nossas Forças Armadas, decidiu avançar com a medida que visa garantir uma cota étnica equilibrada, no batalhão da Presidência, com toda a legitimidade, levantaram-se diferentes vozes, para um debate salutar, que ainda persiste. Aos que encontraram na referida decisão do Presidente da República, um certo motivo crítico, sustentando com isso, mesmo sem quererem, um circunstancial problema étnico, que nos tem dificultado, e de que maneira, o caminho do progresso, volto a lembrar que, como entidade máxima, na hierarquia das nossas Forças Armadas, pode e deve um Presidente da República com coragem suficiente, tomar uma medida urgente, e de carácter militar, repito, pode e deve um Presidente da República com coragem suficiente, tomar uma medida urgente, e de carácter militar, sempre que num determinado momento socio-político, assim entender, para a salvaguarda dos superiores interesses da República.

Agora, sobre os indultos. É da competência do Presidente da República, indultar condenados. E pela necessidade de uma profunda reconciliação entre os guineenses, está a ser bastante benéfico, o uso desse instrumento legal. Mas para que essa reconciliação seja efectiva, será preciso responsabilizar os culpados dos assassinatos que aconteceram com os casos em consideração, porque existem famílias em sofrimento, não só pela morte dos seus parentes, assim como pela falta que esses malogrados fazem à prosperidade do conjunto familiar. Por isso  merecem testemunhar alguma eficácia no funcionamento da Justiça, e sentirem os cuidados do Estado, na compensação da tanta falta que a eles fazem os seus familiares desaparecidos.

Perdoar, sim, mas com sentido de responsabilidade, também apurar e garantir a partilha equitativa das responsabilidades.

Flaviano Mindela dos Santos